Após confronto com forças policiais, que deixaram pelo menos 15 feridos, a rodovia MS-156 segue bloqueada pelo 4º dia pelos indígenas das aldeias Jaguapiru e Bororó. Eles aguardam a assinatura de um documento que oficializa as promessas de construções de dois poços. A medida resolve de forma paliativa a falta de água Reserva Indígena Federal de Dourados.
Ainda hoje pela manhã deverá (28) acontecer uma nova rodada de negociações no MPF (Ministério Público Federal), que contará com representantes da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), da coordenadora da Funai em Dourados, Teodora de Souza, e da secretária estadual de Cidadania, Viviane Luiza da Silva.
No encontro, os indígenas querem o compromisso da instalação de dois poços artesianos e a garantia de fornecimento diário de água por caminhões-pipa até a conclusão da obra.
“Estamos cansados de promessas vazias. Palavras acabam esquecidas e nuca são cumpridas. Tem que ter um documento em que as autoridades se comprometam definitivamente em atender nossos pedidos. Só queremos água para atender as necessidades básicas de um ser humano”, disse o vice-capitão da Aldeia Jaguapiru.
Bloqueio da estrada e conflito
Ontem aconteceu um conflito entre a PM e a após a população indígena, para desbloquear a rodovia, usada como forma de pressionar o governo a atender essa necessidade básica da comunidade. O Batalhão de Choque da PM (Polícia Militar) foi para o local para tentar fazer o desbloqueio, mas não houve acordo, a PM disparou bombas de pimenta e balas de borracha contra a comunidade.