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Pix ganha impulso em locais visitados por brasileiros no exterior

Pagamentos com Pix já são aceitos em lojas, restaurantes e serviços no Paraguai e na Argentina. Solução brasileira se expande via fintechs e atrai via

Pix ganha impulso em locais visitados por brasileiros no exterior
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Nas férias de julho, a dentista Tuanny Monteiro Noronha, de Brasília, se surpreendeu positivamente durante uma viagem ao Paraguai e à Argentina. Em ambos os países, encontrou uma facilidade já bastante comum no Brasil: o pagamento via Pix, sistema de transferência instantânea criado pelo Banco Central em 2020.

No Paraguai, em quase todos os lugares aceitavam, especialmente nas lojas grandes. Eu já sabia que o Pix era aceito, mas realmente a presença é quase total, mais de 90% das lojas de Ciudad del Este”, contou Tuanny, que foi ao país com foco em compras.

Na Argentina, mais especificamente em Buenos Aires, a experiência foi semelhante. “Quase todos os restaurantes tinham Pix. Foram poucos os lugares onde essa opção não estava disponível”, relatou.

Apesar de o Pix não permitir transferências internacionais diretas, ele já está sendo usado fora do Brasil graças a parcerias entre fintechs brasileiras e empresas adquirentes — instituições que operam as maquininhas de cartão nos pontos de venda.

💸 Como funciona o Pix no exterior?

Segundo o empresário Alex Hoffmann, CEO da PagBrasil, empresa de Porto Alegre especializada em pagamentos digitais, a transação funciona de forma simples para o consumidor:

“O lojista digita o valor da compra em moeda local, como pesos argentinos. A maquininha gera um QR Code em Pix, que o cliente escaneia normalmente. O valor aparece em reais, com o IOF embutido, e é convertido na hora”, explica.

Diferente do cartão de crédito, onde a cotação é definida no fechamento da fatura, o Pix garante transparência e previsibilidade na taxa de câmbio no momento da compra.

Essa operação só é possível porque o Pix é utilizado em um trecho da transação: o consumidor faz o Pix para uma fintech brasileira, que atua como intermediária e realiza a conversão e o repasse instantâneo para o estabelecimento no exterior. Essas empresas são conhecidas como prestadoras de serviços eFX.

🌍 Expansão global

O Banco Central confirma o crescimento do uso do Pix em destinos internacionais, como Chile, Argentina, Estados Unidos, Portugal e França. Contudo, ressalta que, por enquanto, a utilização é doméstica, mesmo que conectada a serviços internacionais.

Ainda não há previsão de um “Pix internacional” direto, mas o BC participa de estudos com o Banco de Compensações Internacionais (BIS) para integrar o Pix ao sistema Nexus, uma futura rede global para transações rápidas entre países.

📲 Real, euro e dólar: tudo no celular

Outra forma de usar o Pix no exterior é por meio de contas multimoeda oferecidas por fintechs internacionais. Nesse modelo, o brasileiro faz um Pix para a conta e pode converter o valor para euro, dólar ou outras moedas, utilizando cartões virtuais ou físicos para fazer pagamentos no exterior.

A jornalista Verônica Soares, também de Brasília, usou esse recurso durante uma viagem a Paris:

“Na primeira vez que vim à Europa, precisei trocar reais por euros em casas de câmbio. Agora, faço um Pix direto para um aplicativo, converto para euro e uso no cartão digital. Tudo instantâneo e seguro”, afirma.

🚀 Crescimento contínuo

Segundo dados do Banco Central, o Pix já é utilizado por cerca de 160 milhões de brasileiros, ou seja, 75% da população. Desde 2023, o sistema responde por quase metade das transações financeiras no país, superando cartões de crédito e débito.

A expansão internacional é um reflexo direto dessa popularidade — e, para muitos brasileiros, o Pix tem se tornado o companheiro ideal para viagens internacionais, oferecendo mais segurança, agilidade e economia frente às alternativas tradicionais.

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