Crianças e adolescentes negras são 40% dos casos de estupros no Brasil. Esse numero é o dobro dos casos onde meninas brancas também são vítimas.
Os dados fazem parte do Núcleo de Estudos Racistas do INSPER, com base no Sistema Nacional de atendimentos médicos, do Ministério da Saúde.
O levantamento apontou ainda que de cada dez casos registrados de estupros, seis acontecem contra meninas abaixo dos 18 anos, e que as faixas etárias e vítimas desse tipo de crime aumentou entre as mulheres pretas e pardas nos últimos anos no Brasil.
Em 2010, quando se começo a realizar esse levantamento, 3 3m cada 10 vítimas de estupros registrados eram de crianças ou adolescentes negras. No último levantamento realizado em 2022 esse número subiu para 4 em cada 10, e as meninas brancas são 20% desse número, ou seja 2 em cada 10 casos.
A diferença racial não é exclusividade das crianças negras, os números mostram que as mulheres negras também são maioria na proporção de 2 para 1, em comparação com mulheres brancas, nos casos de estupros de mulheres com mais de 18m anos.
O levantamento mostrou ainda um aumento na notificação dos casos onde mulheres negras são vítimas, é maior que nos outros grupos atingidos, entre os anos de 2010 e 2022.
Os números saltam de 7.617 casos em 2010 para 39.661 em 2022, as vítimas negras saltam de48% par 60% dos casos e as mulheres brancas de 38% para 33%.
Mulheres e crianças negras são 60%, mulheres e crianças brancas são 33% das vítimas. Outras vítimas somam 2,4% e indefinidas são 4,9%. A maior parte das vítimas são crianças e adolescentes entre 11 e 17 anos, de idade e nesses casos cerca de 50%, geralmente o agressor é do convívio familiar próximo das vítimas.