O comediante Léo Lins se pronunciou pela primeira vez nesta quinta-feira (5), após ser condenado a oito anos de prisão por piadas feitas durante o show “Perturbador”, gravado em 2022. A decisão foi proferida pela juíza Barbara de Lima Iseppi, da 3ª Vara Criminal Federal de São Paulo, que entendeu que o humorista proferiu falas discriminatórias contra diversos grupos sociais, incluindo negros, indígenas, pessoas com deficiência, LGBTQIA+, idosos e outros.
Além da pena de prisão, Léo Lins também foi condenado ao pagamento de uma multa de R$ 300 mil por danos morais coletivos.
Em sua declaração pública, o comediante criticou duramente a fundamentação da sentença, afirmando que a magistrada utilizou a Wikipédia como base para a decisão. Ele também argumentou que suas piadas são parte de uma “persona cômica” e que seu trabalho faz uso de recursos como ironia e metáforas. Para Lins, a condenação representa uma ameaça à liberdade de expressão no Brasil, e classificou o momento como uma “epidemia de cegueira racional”.
A defesa do comediante já anunciou que vai recorrer da decisão, considerada desproporcional. O caso reacendeu o debate público sobre os limites entre a liberdade artística e o discurso de ódio, dividindo opiniões entre aqueles que veem a decisão como censura e os que acreditam que o humor não pode servir de escudo para a intolerância.